Lábio Leporino pode ser tratado gratuitamente em Montes Claros

22/08/2017

O problema é mais comum do que se imagina, de 1000 nascimentos, pelo menos uma criança nasce portadora das fissuras lábio-palatinas. Uma anomalia congênita caracterizada pela descontinuidade dos tecidos dos lábios e/ou do palato, mais conhecida como “lábio leporino”. Porém, mesmo o tratamento sendo relativamente simples e hospitais contarem com estrutura e equipe de cirurgiões plásticos para operar, ainda não são credenciados como alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde para esses casos. Esta ausência dificulta a cirurgia pelo SUS, afetando crianças de famílias de baixa renda. O cirurgião plástico, Carlos Alberto Rocha Souza, realiza este tipo de cirurgia desde a sua formação como cirurgião plástico, em São Paulo. Na década de 80, através do Hospital dos Defeitos da Face, onde foi a sua formação, foi convidado para ir ao Estado de Rondônia, onde operou dezenas de crianças gratuitamente em poucos dias. “Era uma região bem carente, então voltei várias vezes e ainda abri um consultório na cidade, onde residi com minha esposa Núria e meu filho Pedro, ainda pequeno, por um ano”, lembra. Aquela experiência marcou muito o médico, que desde então decidiu
ajudar a todos que precisavam de tratar a fissura lábio-palatina, como missão de vida. Foram muitas crianças nestes 35 anos de carreira do médico, no corpo clínico da Santa Casa. As cirurgias eram realizadas com alguma dificuldade, dado que o hospital não é credenciado especificamente para a anomalia. Em setembro, duas crianças, de 8 e 9 anos, vieram do sul da Bahia, intermediadas por uma paciente de Dr. Carlos Alberto. Antônia Pereira da Silva é mãe do pequeno Glayson Brito, de 9 anos, com fissura lábio-palatina e Luziara Souza trouxe a filha, Juliana, de 8 anos. A partir do primeiro contato com o Hospital da Plástica, a consulta foi agendada rapidamente. “Ficamos muito felizes com esta oportunidade para nossos filhos. Minha menina era caçoada na escola, chamada de lábio partido e às vezes nem queria ir estudar”, lembra Luziara. Esperar tanto tempo para realizar o tratamento não é o comum, mas a falta de conhecimento da população e o acesso aos centros especializados, além do custo, são gargalos para a saúde plena de muitas pessoas. A anomalia, quando não tratada, pode
interferir no bom desenvolvimento da fala e diminuir a autoestima da criança. Dr. Carlos Alberto, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, regente da Residência de Cirurgia Plástica da Santa Casa, credenciada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, esclarece que “esta deformidade não é uma doença e não é acompanhada de retardo mental. Afeta apenas a conformação dos lábios e do palato (céu da boca). As causas desta malformação são multifatoriais, ou seja, combinam uma predisposição genética a fatores ambientais tais como: estresse, infecções, fatores nutricionais, medicamentos, entre outros fatores, durante o início da gravidez”. Montes Claros ainda não tem o credenciamento pelo SUS para atender estes casos, apesar de ser polo de saúde de 1,6 milhões de pessoas. “O Hospital da Plástica quer realizar o sonho de famílias que desejam ter o tratamento de seus filhos”, pontua. O procedimento será gratuito para famílias com baixa renda familiar comprovada. Mais informações pelo telefone: (38) 3222 1308 e 3221-7438. “A criança fissurada deve ter um diagnóstico exato e estabelecer um prognóstico, assim como as etapas do processo de reabilitação para garantir sua qualidade de vida”, completa o cirurgião plástico. •

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